Banca de DEFESA: FRANCINEIDE MARQUES DA CONCEIÇÃO SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FRANCINEIDE MARQUES DA CONCEIÇÃO SANTOS
DATA : 10/10/2025
HORA: 10:00
LOCAL: A defesa será remota
TÍTULO:

AMOROSIDADE E AMOR MUNDI. POR UMA EDUCAÇÃO PARA UM MUNDO MELHOR: DIÁLOGOS ENTRE MESTRE PASTINHA E HANNAH ARENDT.


PALAVRAS-CHAVES:

Filosofia de Vicente Ferreira Pastinha (Mestre Pastinha), Amosidade, Tradições, Resistência, Filosofia Bantu.


PÁGINAS: 198
RESUMO:

Esta investigação pretende demonstrar que a filosofia pastiniana contempla a prática da Capoeira Angola e apresenta pressupostos éticos, estéticos, políticos e epistemológicos que permite pensá-la como difusora de conhecimento cujas vias se dão por (in)formar gerações sucessoras: uma tradição. Firmo o entendimento de que essa tradição acessada com a capoeira angola propaga filosofias bantu, sistemas de pensamento que vêm de povos africanos falantes de idiomas do tronco linguístico bantu e que aquilo o que Mestre Pastinha deixa como legado em sua práxis, a amosidade, fundamento de modos bantu em processos formativos. Esse conceito que percebo em Mestre Pastinha por manuscritos, ginga, memórias por ele legadas me aproxima do conceito amor-mundi em Hannah Arendt desde seu ensaio “A crise na educação”. Neste sentido busquei compreender filosofias, demonstrar modos, atitudes epistêmicas que assume compromisso de ser responsáveis e justas nas relações cotidianas, destacando-se, as relações educacionais, (in)formativas. Modos epistemológicos que difundem o respeito a si, a outrem e ao mundo como posturas políticas que se propõem a garantir princípios, a criatividade, a liberdade de criação, como nos mostram as chamadas, a recepção ao inusitado do Mestre Pastinha. A aceitação a quem vem por derradeiro, amosidade, alegria da novidade, a proteção à natalidade. Proponho que a paciência é uma ancestral tecnologia de educação. A ginga é diálogo que vem de África desde provérbios, modos de falar, verticalizar, ondular, deslocar o corpo. Na ginga, movimento é fundamento que considera as pausas, os descompassos, as diacronias e incongruências. De filosofias que povos africanos, bantu falam, podemos comprovar que há tradições mais antigas sendo refletidas em filosofias que lhe são posteriores. Na contemporaneidade, o que convoca a filosofia angoleira, também convoca a filosofia arendtiana. Amosidade é princípio bantu que imprescinde de Hospitalidade. Há, essas filosofias me fazem crer, meios para transformar relações opressoras em relações que rompem estruturas, derrubam paredes, buscam práticas e teorias que neutralizem seus contrários subalternizantes que ferem a dignidade humana e interferem negativamente na vida do planeta. Sistemas de pensamento que não estão catalogados nas milenares categorias devem ser considerados como parte dos programas nos componentes curriculares e os currículos necessitam de atualizações que forneçam possibilidades para uma formação que transgridam os modos colonizantes de “educar”. Trago a ginga como atitude filosófica, postura que aguça o pensamento, um conceito donde povos bantu, extraem modos de relações educacionais, epistemológicas que nos guia rm movimento para nos conhecermos e conhecermos no/com o mundo. Este trabalho abriga uma metodologia livre que hospeda diálogos inter/multi e transdisciplinares, ambiências de criação, de liberdade e preservação de tradições africanas no Brasil dentro desta Universidade. Considero a filosofia inter/multi/transcultural como possibilidade metodológica para a produção acadêmica no campo da filosofia da educação, aqui destaco a filosofia africana, bantu que ensina a hospitalidade, a amosidade como princípios epistemológicos. A complexidade das relações humanas é incontornável. Neste trabalho propago conhecimentos de comunidades que trago em meu mutwe, meu ori que é singularidade nas mãos coletivas que me ensinaram tranças, bordados, cozinhados, remédios, beberagens. “Primeiro nace as raízi” as mensagens trazidas pelas mais velhas instigando ao pensar, mas sem olvidar muxima, pertencimento. Pertença é elemento chave para esta investigação.  Defendo, pois, que tradições filosóficas advindas de culturas africanas em encontros com comunidades de outras origens podem conversar. Daqui, desde território diaspórico, tento compreender e demonstrar a filosofia pastiniana como uma presença da filosofia bantu no Brasil que difunde processos formativos docentes situados na amosidade como resistência e situo a sua importância no campo da filosofia da educação.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1224030 - DANTE AUGUSTO GALEFFI
Interna - 3298321 - URANIA AUXILIADORA SANTOS MAIA DE OLIVEIRA
Interna - ***.125.645-** - LELIANA SANTOS DE SOUSA - UNEB
Interna - 2584575 - ROSANGELA JANJA COSTA ARAUJO
Externa ao Programa - 1877538 - VANESSA SIEVERS DE ALMEIDA - UFBAExterno à Instituição - WANDERSON FLOR NASCIMENTO - UnB
Externa à Instituição - DENISE MARIA BOTELHO - UFRPE
Externo à Instituição - FLÁVIO HENRIQUE ALBERTO BRAYNER - UFPE
Notícia cadastrada em: 01/10/2025 09:49
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