UMA BAHIA ILUSTRADA: CULTURA VISUAL, IMPRENSA E CIDADE NA RENASCENÇA, 1916 - 1931
Cultura Visual; Imagem; Cidade; Imprensa; Salvador
Esta tese investiga o surgimento e a presença da Renascença, uma revista ilustrada de variedades que circulou em Salvador, nas décadas de 1910 e 1920, problematizando o seu papel na constituição de uma cultura visual urbana na Bahia e capital baiana. Busca-se articular o surgimento e desenvolvimento deste periódico ao conjunto das mudanças ocorridas em Salvador e na sua imprensa, identificando os grupos e sujeitos sociais e os seus interesses envolvidos na produção e consumo dos impressos e das imagens mobilizadas por estes. A intenção é pensar como a larga produção e publicação de imagens, especificamente as fotogravuras envolvendo eventos mundanos, pelos editores das revistas fundamentou um modo de vivenciar a cidade, de ver, dar a ver e ser visto na urbe em mudança através dos periódicos. A partir da interpretação e compreensão desses processos formulamos a hipótese de que as imagens em revista, mais do que informar ou ilustrar as mudanças e permanências de práticas e valores presentes na sociedade baiana daquele período, se constituíram enquanto um modo de produzir uma realidade social que não só dialogou com os anseios de progresso e modernidade de determinados grupos, como dialógica e conflituosamente recuperou, excluiu e reatualizou aspectos relacionados às tradições e passados da Bahia. Ainda, busca-se discutir o processo de percepção desta cultura visual pelos sujeitos e as tensões que envolviam o modo como aqueles produziam estes impressos e suas imagens. Tendo por horizonte os referenciais teóricos do campo dos Estudos Culturais e da Cultura Visual e entendendo as imagens e os impressos como fonte e objeto de pesquisa, objetiva-se analisar a forma como as revistas ilustradas e suas imagens foram concebidas, produzidas e difundidas, bem como os conteúdos por elas vinculados.