Banca de DEFESA: ISADORA ARAUJO SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ISADORA ARAUJO SANTOS
DATA : 09/10/2025
HORA: 14:00
LOCAL: por videoconferência
TÍTULO:
CORPOS PÓS-ESTIGMA NO CINEMA: O GROTESCO COMO ESTÉTICA DA LUCIDEZ
 

PALAVRAS-CHAVES:
cinema; estética; grotesco; estigma; corpo.
 

PÁGINAS: 327
RESUMO:

Esta pesquisa propõe investigar os efeitos que emergem da representação do corpo estigmatizado no cinema por meio de expressões formais do grotesco crítico. Partimos da hipótese de que o grotesco, entendido aqui como recurso estético-reflexivo, atua na condição de força antitética frente às formas hegemônicas da representação clássica, desestabilizando lógicas socialmente cristalizadas por força de discursos dominantes na cultura. Ao tensionar perspectivas, dogmas e cânones, o grotesco se converte em um dispositivo que provoca estado de lucidez (SODRÉ, 2009), permitindo-nos ver o que propomos chamar de corpos pós-estigma – hipótese que apresentaremos mais detidamente ao longo do texto. A análise de produções fílmicas que trafegam pelo grotesco crítico se ancora metodologicamente na proposta de Wilson Gomes (2004), que estabelece um percurso de leitura investigativa do texto fílmico com base no estudo da linguagem e discurso audiovisual. Escolhemos, para tanto, três obras que, a despeito de suas diferenças históricas e culturais, compartilham uma sensível elaboração estética do grotesco: Que Fiz Eu Para Merecer Isto? (1984), de Pedro Almodóvar; A Doce Vida (1960), de Federico Fellini; e Cidade dos Sonhos (2002), de David Lynch. Dialogamos com a concepção de estigma desenvolvida por Erving Goffman (1978), ampliando essa perspectiva a partir da leitura de Rosana Soares (2009), que nos permite avançar no entendimento das mediações culturais e comunicacionais que tematizam o estigma no cinema. É nesse sentido que o grotesco crítico, frequentemente revestido de excessos e da ambiguidade (SODRÉ; PAIVA, 2002), torna visível muito do que os discursos normativos e hegemônicos tentam ocultar. No plano teórico-cinematográfico, aproximamo-nos das contribuições de Edgar Morin (2014), que compreende o cinema como uma forma complexa de pensamento e espelhamento antropológico, onde se manifestam as múltiplas camadas da experiência humana, inclusive as suas zonas de sombra. Christian Metz (1980), por sua vez, oferece ferramentas fundamentais para a leitura da linguagem fílmica enquanto sistema simbólico e estruturado, ao passo que Marcel Martin (2005), de modo complementar, ajuda-nos a perceber como os recursos cinematográficos, na condição de compositores da linguagem fílmica, contribuem fundamentalmente para a construção de sentidos.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - ROSANA DE LIMA SOARES - USP
Externa à Instituição - JOSIMEY COSTA DA SILVA - UFRN
Presidente - 1690228 - JOSE FRANCISCO SERAFIM
Externa à Instituição - MORGANA GAMA DE LIMA - UFRB
Externa à Instituição - REGINA GLORIA NUNES ANDRADE - UERJ
Notícia cadastrada em: 05/09/2025 10:18
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