Banca de DEFESA: JOSEMIRA SILVA REIS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOSEMIRA SILVA REIS
DATA : 28/06/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Salvador, UFBA
TÍTULO:

Hackeando o gênero e recodificando a ética: mulheres e os novos sentidos do hackerismo


PALAVRAS-CHAVES:

Hackfeminismo; Tecnofeminismo; Ética Hacker; Ética do Cuidado; Gênero e TICs.


PÁGINAS: 206
RESUMO:

A pesquisa busca analisar os novos sentidos que denotam as práticas de mulheres e pessoas LGBTQIA+, tecnólogas, geeks e hackers, que no Brasil têm atuado em prol da diversidade de gênero nos processos de criação, desenvolvimento e circulação de tecnologias digitais. Tais grupos surgem ao longo da última década, num contexto que envolve oportunidades - evidenciadas pela popularização de hackerspaces generificados, pela recente visibilidade global assumida pelo ativismo ciberfeminista, dentre outros fatores -, mas que também circunscreve grandes desafios – novas expressões de violência e vigilância nos ambientes digitais, recrudescimento das brechas de gênero nos espaços de trabalho e de formação tecnológicos etc. Num cenário global, em que cada vez mais algoritmos têm influenciado as relações sociais, produtivas e simbólicas, chama atenção a homogeneidade demográfica de seus desenvolvedores: em gigantes do Vale do Silício, por exemplo, mulheres são apenas um terço do quadro funcional, mas não chegam a ocupar 18% dos cargos estratégicos. Se adicionamos recorte de raça, esse panorama mostra-se mais crítico. A análise dos processos de apropriação tecnológica estabelecida por extratos sociais subalternizados, portanto, apresenta-se como um profícuo lócus de reflexão acerca da viabilidade de novos parâmetros de codificação das relações sociotécnicas. É com essas questões em vista, que a presente pesquisa busca refletir sobre as reconfigurações éticas e culturais que o recente fenômeno da popularização de grupos formados por mulheres geeks, tecnólogas e hackers têm ocasionado para as relações sociotécnicas do nosso tempo, já que historicamente os parâmetros morais adotados na criação e desenvolvimento da internet tem suas raízes em segmentos sociais preponderantemente masculinos. Para isso, voltamos a atenção para os usos e significados que a apropriação de softwares e hardwares mobilizam para essas atrizes pensarem os horizontes de transformação, principalmente de gênero e tecnologia, que almejam. Propõe-se a realização de um estudo qualitativo, amparado nos referenciais metodológicos do campo etnográfico, principalmente das tecnobiografias. Os resultados mostram que essas mulheres têm se apropriado tanto de artefatos (tecnologias autônomas, redes comunitárias, dentre outras), como de valores historicamente defendidos pelas culturas hacker masculinas (liberdade, abertura, privacidade, compartilhamento, dentre outros) e os remixado à luz de práticas e discursos feministas, principalmente ligados a referenciais da ética do cuidado, da interseccionalidade e da decolonialidade.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1526841 - LEONOR GRACIELA NATANSOHN
Externa ao Programa - 3260068 - MIRTA SUSANA MORALES - UFBAExterna à Instituição - DENISE CARVALHO DOS SANTOS RODRIGUES - UNICAMP
Externa à Instituição - MARTA MOURÃO KANASHIRO - UNICAMP
Externa à Instituição - MARTHA IRENE SORIA GUZMÁN
Notícia cadastrada em: 28/06/2024 14:09
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