ATOS CURRICULARES DE QUÍRON: ÉTICA ATEMPORAL NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE FILOSOFIA
Mito de Quíron, atos de currículo, formação filosófica, autoconsciência, ética atemporal.
Esta tese traz a novidade de articular os constructos “Atos de Currículo” e “Formação em Ato”, apreendidos da Teoria Etnoconstitutiva de Currículo, com o conteúdo filosófico presente no Mito de Quíron (o “curador ferido” da mitologia grega), tendo em vista relembrar, enfaticamente, aos professores de filosofia, o horizonte da formação ética eudaemônica, aquele de onde rebentou o “conhece-te a ti mesmo” como principal lema da formação filosófica. E o faz metodologicamente, integrando as experiências formativas do autor (etnopesquisa), a pesquisa exploratória de tipo bibliográfico, a abordagem qualitativa, o estilo textual ensaístico e partindo de uma hermenêutica que, ao mesmo tempo, transfigura metafisicamente aqueles constructos, e apreende o “conhece-te a ti mesmo” como o único expediente formativo capaz de fazer um aspirante a educador-filósofo tomar consciência de seu Eu Real – discernindo-o de suas próprias fenomenologias mentais, emocionais e instintivas – e de lançá-lo na aventura transformadora da autoeducação filosófica. Trata-se de uma “epifania curriculante e formativa”, num dizer irreverente do professor dr. Roberto Sidnei Macedo, que propõe ao professor de filosofia que os seus atos de currículo voltem-se, em primeiro lugar, à sua própria consciência, isto é, que eles sejam atos de autoconsciência, atos formativos que envolvem propósitos e práticas referentes ao autoconhecimento, ou percepções e experiências autossacralizantes acumuláveis e integráveis à consciência, as quais possibilitam uma maior amplitude da própria autoconsciência e, consequentemente, de sua consciência como educador.