Bioassinatura associada à susceptibilidade à coinfecção tuberculose-vírus da imunodeficiência humana (TB-HIV): avaliação de vias relacionadas à morte celular, à resposta imune inata e à ativação de linfócitos T.
Tuberculose, coinfecção TB-HIV, morte celular, perfil de linfócitos, genes diferencialmente expressos
RESUMO
INTRODUÇÃO. A tuberculose apresenta alta incidência e mortalidade em vários países do mundo, mesmo com vacina disponível. Dentro do seu espectro de apresentações observamos desde indivíduos infectados sem a doença, estado conhecido como tuberculose latente, àqueles com os casos mais graves, como os associados a infecções crônicas, muitas vezes com cepas resistentes a múltiplas drogas empregadas no tratamento, ou coinfectados com HIV. Na tentativa de combate da doença, um arcabouço de fatores imunológicos está presente, porém, a micobactéria apresenta eficientes mecanismos de evasão da resposta imune, como a inibição da morte celular, a modulação da resposta de linfócitos e o escape para o ambiente extracelular. METODOLOGIA. Nós avaliamos a diversidade genética dos hospedeiros nas vias relacionadas à morte celular, nos subconjuntos de linfócitos T e no perfil expressão gênica de linfócitos T em indivíduos em mono infecção com TB e HIV e coinfectados TB-HIV, para identificar uma assinatura a nível transcricional e celular a ser utilizada como base para prospectar novos alvos para a distinção de indivíduos com tuberculose ativa e coinfectados TB-HIV. RESULTADOS. Nossos resultados apontam diferenças no padrão de ativação celular em LTBI, TB e TB-HIV, em parte determinadas pela tendência inversa da presença de células T HLA-DR+PD-1+ em relação às CD95+. Em TB-HIV observou-se maior presença de células de memória central e efetora, e células Tcm CD8+HLA-DR+ demonstraram serem capazes de discriminar os indivíduos coinfectados dos demais grupos clínicos investigados. Em coinfectados há expansão do compartimento de células T de memória central e em paralelo verifica-se que os genes AK5, FAS/CD95 e IL17A apresentaram capacidade de discriminar os grupos clínicos avaliados. Finalmente, obtivemos vários registros em bases de dados genéticos a respeito da variabilidade em moléculas de vias de morte celular que podem atuar como alvos promissores para intervenções futuras. CONCLUSÕES. Todas as abordagens estudadas indicam potenciais biomarcadores a serem explorados para a distinção dos grupos clínicos de interesse