INJUSTIÇA ESPACIAL NOS ITINERÁRIOS DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO SUBÚRBIO FERROVIÁRIO DE SALVADOR-BA
Injustiça espacial; Violência doméstica contra a mulher; Rota Crítica; Rede de Atenção à Mulher; Subúrbio Ferroviário de Salvador.
A violência doméstica praticada contra mulheres é um fenômeno social extremamente grave, o qual implica um problema de saúde pública, que ocorre em todo o mundo. As violências e agravos contra as mulheres são de todo tipo, inclusive podem culminar com o assassinato das mulheres por seus respectivos companheiros. No Brasil, a violência doméstica pode atingir qualquer mulher, independentemente de classe social e cor da pele; entretanto, nem todas as mulheres estão igualmente expostas, além do que, as políticas públicas para o enfrentamento à violência doméstica contra mulher, não beneficiam todas as mulheres da mesma maneira. As mulheres negras e pobres são as mais vulneráveis, tanto pela exposição à violência doméstica, como pelas dificuldades de acesso aos serviços especializados quando decidem romper o ciclo de violência. Busca-se nesta pesquisa entender como as injustiças socioespaciais existentes nas áreas residenciais no Subúrbio Ferroviário da cidade do Salvador interferem no cotidiano e no itinerário espacial das mulheres que lá residem, quando as mesmas decidem romper o ciclo da violência doméstica e buscar os serviços da “Rede de Atenção à Mulher em Situação de Violência em Salvador” - Rota Crítica. O objetivo foi identificar e analisar os principais entraves (mobilidade e acessibilidade) vivenciadas pelas mulheres do Subúrbio Ferroviário no seu deslocamento em busca dos serviços especializados no atendimento contra a violência doméstica na cidade de Salvador. Para tanto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com mulheres, maiores de idade, residentes no Subúrbio Ferroviário, com relato de violência doméstica; também foram entrevistadas mulheres dos movimentos sociais que desenvolvem ações no Subúrbio Ferroviário, bem como profissionais que trabalham ou trabalharam nos serviços especializados da Rede de Atenção à Mulher em Situação de Violência na cidade do Salvador.
|