Ecologia, paleoecologia e vulnerabilidade ambiental do sistema estuarino da baía de camamu, Bahia, Brasil, fundamentada em estudos de diatomáceas
Avaliação de impactos; Monitoramento; paleontologia
Esta tese teve os objetivos de determinar as variáveis estruturantes da comunidade de diatomáceas bentônicas da baía de Camamu, modelar a relação de seus taxa com estas variáveis, determinar a dinâmica de transformações que as comunidades de diatomáceas sofreu no tempo por via da observação das diatomáceas preservadas em sedimento (semifósseis), avaliar desta forma se a região estuarina, previamente considerada pristina, já sofreu danos devido às atividades antrópicas na área, modelar a dinâmica das variáveis ambientais no tempo através de funções de transferência e propor a adaptação de técnica de mensuração de vulnerabilidade ambiental relativa também usando diatomáceas. Para tanto foram coletadas amostras de sedimento superficial em 30 pontos ao longo da baía e de seus tributários (rios Serinhaém, Orojó e Marau), coletados seis testemunhos e foram determinadas as concentrações dos nutrientes (séries nitrogenadas e fosfatadas e silicato) e das demais variáveis físico-químicas (temperatura, salinidade, pH, oxigênio dissolvido, potencial redox, matéria particulada em suspensão e granulometria). Foram observadas evidências que a baía está sofrendo um processo de eutrofização e que ela passou por um processo de progradação da zona costeira. Foram significativos os modelos para a distribuição espacial das variáveis salinidade, pH e condutividade, consideradas correlacionadas, e dos taxa Seminavis sp1, Fallacia nummularia (relacionado às estações de menor TDI), Paralia sulcata var. coronata e Thalassiosira sp1 (relacionadas à maior concentração de nutrientes, maior energia hidrodinâmica e às estações de maior TDI). Foram também significativos os modelos da relação entre a distribuição de Planothidium septentrionalis, oxigênio dissolvido e matéria particulada em suspensão (relacionado a ambiente praial), Delphineis sp1, salinidade e areia fina, Fallacia forcipata, areia grossa e matéria particulada em suspensão (relacionado à baixos valores de TDI) e entre Opephora olsenii e salinidade. Os resultados da função de transferência revelaram a tendência de redução da salinidade, reforçando a hipótese da progradação da zona costeira. A técnica de avaliação da vulnerabilidade relativa pôde ser adaptada com sucesso, indicando que os seus pontos mais a jusante no rio serinhaém e mais a montante no rio Marau são os mais vulneráveis devido à baixa profundidade.