Ementa/Descrição: |
Como certos passados, sistematicamente escrutinados pelos historiadores, amplamente
debatidos e largamente documentados, podem ser simplesmente negados ou apresentados como invenções motivadas por interesses escusos? O que leva grupos e indivíduos a duvidarem da existência do Holocausto, dos crimes cometidos pela ditadura militar brasileira, dos incontáveis genocídios ao redor do mundo e da escravidão que, ao longo de mais de três séculos, moldou as formas sociais do capitalismo moderno? Quais são as operações intelectuais, afetivas, políticas e ideológicas que envolvem e inscrevem os desafios e interrogações lançados pelos negacionistas profissionais à história, como conhecimento organizado do passado, aos seus usos políticos, apropriações e condições de produção da verdade? Essa disciplina tem por objetivo articular um conjunto variado de
análises sobre as diversas formas de negação do passado que adquiriram crescente visibilidade nas sociedades contemporâneas para diferenciar o estado de negação mobilizado por pessoas comuns do negacionismo profissional como mercadoria e governamentalidade política. |
Referências: |
BAHIA, Renato Sabbagh; ESTEVES, Paulo Luiz Moreaux Lavigne. Genocídio e seu uso político: uma história conceitual. Dissertação (Mestrado em Relações Internacionais) Instituto de Relações Internacionais, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017. 132p.
FEIERSTEIN, Daniel. Memorias y representaciones: Sobre la elaboración del genocídio. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2012.
VALIM, Patrícia; AVELAR, Alexandre de Sá. Negacionismo histórico: entre a governamentalidade e a violação dos direitos fundamentais. Revista Cult, set/2020. https://revistacult.uol.com.br/home/negacionismo-historico.
VALIM, Patrícia; AVELAR, Alexandre de Sá; BEVERNAGE, Berber. Apresentação - Negacionismo: História, historiografia e perspectivas de pesquisa. Revista Brasileira de História, v. 41, n. 87, p. 13-36, 2021. https://doi.org/10.1590/1806-93472021v42n87-03.
VIDAL-NAQUET, Pierre. Os assassinos da memória: um Eichmann de papel e outros ensaios
sobre o revisionismo. Campinas: Papirus, 1988. |