ISADORA VESTE FARDA NA ESCOLA PÚBLICA: CRIANÇAS LIVRES PARA DANÇAR
dança na escola pública; Isadora Duncan; farda; natureza; cultura popular.
Esta pesquisa tem como finalidade pensar em possibilidades de uma dança para escola pública, enfatizando especificamente os anos iniciais do ensino fundamental, a partir de aspectos do legado de Isadora Duncan. Isadora, como é majoritariamente chamada, marcou muito fortemente a Dança por, entre suas inovações, ser considerada uma libertadora das amarras dos corpos, como os espartilhos e sapatilhas, por exemplo. Essa fase da aprendizagem precisa, com urgência, ser conduzida para uma educação sobre valores, respeito, o cuidado consigo mesmo e o cuidado com o outro (FOUCAULT, 1984). Necessita também atuar para a compreensão da grande relevância da questão antirracista (RIBEIRO, 2019), algo que deve permear todas as relações, assim como desenvolver a conscientização sobre a questão ambiental, atentando para a natureza como princípio da vida, conforme defende o ambientalista Ailton Krenak (2019). Um intuito é refletir, analisar, propor o que seria mais apropriado em termos de técnica de dança, em que a própria concepção desse dançar mova fatores tais como o cuidado com a natureza e com o outro e o respeito e estejam inseridos na condução de uma dança reflexiva. Tenho buscado e formulado argumentos para discernir essas questões e que sensações um traje, o vestir, para dança pode expressar no movimento e no momento do dançar (ECO, 1982). Para abordar o respeito que vem impregnado pela cultura, ambiente e genética das crianças, Steven Pinker (2004) é referência e para tratar do uso de metáforas durante as aulas de dança, Lenira Rengel (2007) referencia essa noção com a proposta de procedimento metafórico do corpo. Como procedimentos metodológicos, utilizamos dinâmicas de vivências, jogos com ritmos variados, material audiovisual com ambientes da natureza assim como improvisações em contato com a natureza, construções de mandalas para percepção da estética e a essência da aula da Técnica de Isadora Duncan (KURTH, 2004). Neste estudo, o uso da farda é abordado como forma de empoderamento, de pertencimento ao lugar que educa, emancipa. Por isso a ideia de “Isadora veste farda”, ou seja, as crianças não vão vestir túnicas (veste associada à dançarina Isadora Duncan) e sim “Isadora” é quem veste a farda.