Avaliação da contaminação inorgânica em sedimentos superficiais coletados no Rio Joanes, Bahia
Sedimento; Elementos químicos tóxicos; Indices geoquímicos; Indices ecológicos; Análise de componentes principais.
Neste trabalho, amostras de sedimentos superficiais foram coletados no Rio Joanes, Bahia, Brasil nos períodos chuvoso e de seca. Inicialmente o sedimento seco foi submetido à análise granulométrica e determinação da concentração de matéria orgânica. Posteriormente, as amostras foram digeridas usando ácido nitrico em forno de microondas e os metais cádmio, cobre, cromo, níquel, chumbo e zinco foram determinados empregando a espectrometria de emissão óptica com plasma acoplado indutivamente (ICP OES). Os teores encontrados variaram de 0,30 a 0,90 µg g-1 para cádmio, de 6,0 a 105,0 µg g-1 para cobre, de 8,0 a 64,4 µg g-1 para cromo, 1,3 a 21,2 µg g-1 para níquel, 3,5 a 44,1 µg g-1 para chumbo e 21,5 a 1415,9 µg g-1. A avaliação geoquímica e toxicólogica foi realizada empregando o fator de enriquecimento (FE), índice de risco ecológico potencial (IR), índice de contaminação potencial (PCI), índice de carga poluente (PLI) e o índice de geoacumulação (Igeo). Na avaliação dos riscos ecológicos todas as amostras de sedimentos estiveram abaixo do limite estabelecido pelo índice de risco (IR). O zinco apresentou enriquecimento moderadamente severo (6,78–11,83) em todas as estações de coleta nos períodos seco e chuvoso, seguido pelo cádmio que apresentou enriquecimento moderado (2,23–4,17), cujos valores ultrapassaram quase 1000 vezes o valor de fundo em um local. A análise de componentes principais evidenciou uma correlação entre os teores de metais, matéria orgânica e fração silte e argila. A avaliação do risco ambiental revelou um aumento significativo do risco associado aos metais durante a estação chuvosa. Isto provavelmente se deve à maior liberação de matéria orgânica oriunda da lixiviação das margens do rio.